Capítulo 13
Bruno Cardoso arregalos os olhos, num estalo compreendeu a situação.
Ele pensou: “Ela teve a pachorra de se gabar com o nome de Rafael Souza, dizendo por aí que era sua esposa?”
Que petulância daquela mulher.
Depois do próprio Rafael desmenti–la, Bruno anotou mentalmente a afronta; na próxima vez que a encontrasse, não seria nada cortès!
Patricia Ribeiro saiu do estádio, entrou no carro e, ao se lembrar daquela artimanha do
Bruno, sentiu um enjoo forte.
Só lhe restava voltar para casa e pensar em outro plano.
Rodeada de carrões, seu carrinho destoava completamente.
Pisou no acelerador e manobrou com cuidado para deixar o estacionamento.
Um carro atrás veio rápido demais e bateu na traseira do seu veículo.
O carro dela deu uma guinada para frente, e ela por pouco não bateu a cabeça no para–brisa. O impacto a fez avançar très metros e colidir com um Bentley que estava tranquilamente
estacionado.
Patricia abriu a porta e saiu, dando de cara com uma mulher de meia–idade, maquiada impecavelmente, que ao ver o carro amassado – um modelo popular de valor mediano deixou transparecer um desprezo evidente.
Ao olhar para Patricia, provavelmente pensou ser apenas mais uma influencer procurando um marido rico.
Patrícia percebeu o desprezo e olhou para o Bentley à sua frente, com uma sequência de números idénticos na placa, sem saber se a outra motorista havia notado.
“Pronto, minha seguradora vai ligar para você e resolver isso, não me faça perder mais tempo“, disse a mulher com impaciência, desdenhando até de olhar para Patricia.
Com o cenho franzido, Patricia tentou manter a calma: “Senhora, o carro da frente…”
Foi interrompida: “Já disse que tenho compromissos importantes, você sabe onde está? Não tenho tempo para perder aqui. O carro da frente eu também resolvo, desocupe logo o lugar para eu estacionar!”
O estrago na traseira do carro à frente parecia custar uma fortuna.
Como a outra se responsabilizou por tudo, Patricia não viu motivo para insistir.
Depois que Patrícia foi embora, a mulher finalmente viu que tinha danificado um Bentley
Capitulo 13
valioso.
A expressão dela congelou, e sem cumprimentar o dono, estacionou o carro rapidamente no espaço liberado e entrou no estádio.
Rafael Souza saiu do estádio acompanhado de Marcos Cardoso e seu filho.
Rui apressou–se para trazer o carro, mas ao ver a lanterna traseira estilhaçada e a placa amassada, congelou.
Marcos escureceu a expressão e chamou a segurança: “Quem fez isso? Peguem as imagens das câmeras.”
O segurança, assustado com o incidente e ciente de que não podia ofender nenhum dos ilustres presentes, correu para verificar as gravações.
Marcos, após dar as ordens, voltou–se para Rafael: “Presidente Souza, quer que mande alguém levá–lo?”
“Deixe a policia cuidar das câmeras“, disse Rafael com uma voz que, apesar de serena, carregava uma autoridade intimidante.
Marcos concordou: “Pode ficar tranquilo, presidente, resolveremos isso.”
Sem dizer mais nada, Rafael entrou no carro danificado.
Rui, sabendo que ele não gostava de depender dos outros, pegou o volante e partiu: “Não estamos longe do hotel, vou levá–lo e depois a seguradora que cuide do resto.”
“Está bem.”
Rafael, que tinha voltado ao país depois de três anos fora, possuía várias propriedades, mas para ele não eram diferentes de um hotel.
O apartamento na Visobelo Moradia ainda estava em reformas, então ele estava hospedado
no hotel InterContinental da rede dos Souzas.
O carro saiu do estádio e, enquanto esperava no sinal vermelho, Rui olhou para trás e viu Rafael Souza, lembrando–se de repente do que João Pereira tinha pedido.
“O Seu Pereira me passou uns desenhos e um contato no meio–dia, falou que era de um designer de interiores que ele indicava. Quer dar uma olhada?”
Desde que Rafael Souza tinha voltado pro Brasil, uma enxurrada de empresas de design que se achavam o máximo apareceu, mas ele não tinha curtido nenhuma.
Que tipo de estilo João Pereira, com seu olhar crítico, teria recomendado?
Rafael Souza sentiu um certo desprezo sem motivo, levantou a mão e massageou a testa: “Cadê os desenhos?”
“Eles estão na pasta do seu lado esquerdo.”
Rafael Souza assentiu, mas não fez menção de abrir naquele momento, preferindo se recostar no banco de trás para tirar um cochilo.
Enquanto isso, Patricia Ribeiro voltou para o apartamento, tomou um banho e, mesmo com dor, passou remédio nas feridas, quando ouviu a campainha tocar.
Já eram oito da noite, quem poderia ser?
Ela se enrolou em uma roupa rapidamente, mal abriu a porta e deu de cara com dois tiras. mostrando seus distintivos.
“Boa noite, Srta. Ribeiro, você está sendo acusada de bater o carro e fugir sem arcar pelas responsabilidades. Precisamos que você venha conosco.”