Capítulo 19
O silêncio tomou conte lo quarto e até o tic–tac do relógio na parede se fazia ouvir claramente.
Rafael Souza pola segunda vez pensou que talvez estivesse delirando.
Será que ela o tinha chamado de marido por ter confundido com outro?
A luz do lustre envolvia o perfil dela com um brilho suave, quando ela continuou: “Acerca daquela noite, eu já não me lembro de nada, acredito que o Presidente Souza também já esqueceu, eu o confundi com meu marido por um instante, me desculpe.”
“Se o Presidente Souza está interessado no meu design, pode falar sobre o que precisa.”
Ela mudou para o assunto de trabalho como se a noite em questão não merecesse mais atenção.
Rafael Souza não disse mais nada, lembrou do que tinha visto no banheiro, um vislumbre das marcas que a roupa semitransparente não conseguia esconder, e percebeu o quanto tinha perdido o controle naquela noite.
Se o acontecido fosse revelado, seria um escândalo ainda maior.
Ela tinha regressado para casa daquele jeito e o marido nem tinha pedido divórcio; ou ele não se importava, ou havia algo errado entre a relação deles.
Ele se recostou, e em questão de segundos, a expressão dela voltou a ser aquela mistura de calma e frieza.
“Eu é que devo desculpas, se aquela noite causei algum problema entre você e seu esposo.” Ele foi interrompido por Patricia Ribeiro, “Não causou não.”
Ela olhou fixamente para ele, com seriedade nos olhos, “Minha relação com meu marido segue a mesma.”
Estranhos antes, estranhos agora, nada mudaria.
Rafael Souza, que antes parecia indiferente, sentiu uma ponta de sarcasmo ao ouvir aquilo, a mesma de sempre?
Nenhum homem toleraria ser traído.
Lembrando–se do que Patricia Ribeiro o havia dito, que com aquele trabalho poderia ganhar milhões, ele pensou sobre o marido dela, o que ele estaria fazendo?
Devia ser um daqueles que vive às custas da mulher.
Rafael Souza se levantou, “O projeto da Moradia Visobelo pode ficar com você, considere
como…
Ele parou, olhando para os lábios vermelhos dela, “Ume compensação por aquela noite.”
Os lábios dela eram bonitos, com uma curvatura delicada no melo.
Um brilho de alegrin surgiu nos olhos de Patricia Ribeiro, ela realmente não esperava ganhar
o contrato.
“Ótimo, não vou dececionar, e se tiver qualquer ideia, pode me comunicar a qualquer momento.”
Ela pareceu indiferente à menção da compensação.
Rafael Souza franziu a testa, sentindo novamente aquela sensação sufocante.
Meia hora antes, ele estava a abraçando e beijando, e nesse momento, de repente, tudo parecia frio e distante.
Pela primeira vez em mais de vinte anos, ele se sentia rejeitado, e isso o incomodava profundamente.
Caminhou até a porta e ouviu ela dizer: “Presidente Souza, e o dinheiro desta roupa?”
“É um presente.”
Ele disse friamente e saiu, fechando a porta.
Patricia Ribeiro se sentiu fraca, com suor brotando na testa.
Voltou para o banheiro e espatifou água fria no rosto várias vezes.
Não sabia que droga o Bruno Cardoso tinha usado nela, o efeito ainda não tinha passado e ela ainda sentia calor por dentro, como se houvessem milhares de formigas rastejando sobre a pele dela.
Sabendo que Rafael Souza tinha deixado o quarto para ela, e não podendo sair assim, encheu a banheira de água novamente.
A água estava gelada, mas era a única solução para aquele momento.
Patrícia Ribeiro tirou a roupa, dobrando cuidadosamente, e entrou na água, tremendo de frio. Ela estava cansada e sonolenta, e acabou apanhando sono encostada na beira da banheira.
Quando acordou, notou que já eram quase sete da manhã.
Mal saiu da banheira, por pouco não levou um tombo.
O efeito da droga já tinha passado, mas ficar na água a noite inteira a deixou meio zonza e com a visão escurecendo.
Ela se secou às pressas e vestiu as roupas que estavam do lado.
Apoiada na parede, saiu com dificuldade, decidindo dar um pulo no hospital.
Ao abrir a porta, viu que alguém também surgia na porta em frente.
Capitulo 19
Patricia Ribeiro chamou rapidamente, “Presidente Souza, bom dia.”
Rafael Souza virou a cabeça e lançou um olhar para ela, respondendo com um “Hmmm” indiferente, e seguiu raia o elevador.
Patricia Ribeiro apertou o botão do elevador e disse com um sorriso educado, “O valor das roupas de ontem mais a conta do quarto deve ter sido uma boa grana. Dizem que o café da manhã deste hotel é famoso. O senhor tem um tempo? Minha conta.”
Rafael Souza, que pretendia recusar devido às várias reuniões matinais, notou o olhar dela e o rosto pálido, com uma ruga de preocupação entre as sobrancelhas.
Desviou o olhar e, com uma voz gelada, disse, “Como quiser.”