Capítulo 21
Patricia Ribeiro estava de boa, tomando a limonada, quando ouviu as palavras dela e por pouco não se engasgout.
Ela sabia muito bem, mas não la se colocar numa sala justa.
Pegou num guardanapo e, sem pressa, limpou o canto da boca.
“Tou sabendo, e dal?”
Ela falou com um tom despreocupado, como se o casamento de Rafael Souza não fosse da conta dela.
A postura tranquila de Patricia fez Rafael Souza arquear ligeiramente a sobrancelha.
Joana Camarillo tinha carregado um soco, mas parecia ter acertado um travesseiro.
E dal?
O que mais precisava para dar a entender que estava na cara?
A mulher tinha uma paciência de Jó, ou seria que já estava tão acostumada com os mimos. de Rafael Souza que se achava intocável?
Joana Camarillo tava por dentro, mas se controlou para não parecer desesperada e perder a
pose.
Ela olhou para Rafael Souza e voltou a ser toda fingida.
“Rafael, fazem três anos que você não dá as caras por aqui, deve estar por fora que o restaurante trocou de chef. O novo veio da Nova Zelândia e tem um prato que é muito a sua
cara.”
Ela se adiantou e pegou no cardápio, como se fosse a dona do pedaço.
Rafael Souza, com a cara fechada de sempre, não deu muita bola, nem sim nem não.
Tem gente que parece gelo, mas é afiado, e lidar com esse tipo é um osso duro de roer.
Será que desviar cantadas fazia parte do serviço ao cliente?
Pensando naquilo, ela soltou uma risadinha e falou: “O forte do Pedro não tá no cardápio, e hoje quem convidou o Presidente Souza fui eu. Se você quiser convidar o Presidente Souza, escolha outro dia.”
A indireta foi na veia, e Joana Camarillo, mesmo com a pele grossa, não aguentou o tranco.
Ao se levantar, lançou um olhar profundo para o sorriso de Patricia Ribeiro.
O olhar das duas se cruzou, e sem mais uma palavra, foi como se tivessem trocado farpas.
Joana Camarillo apertou a bolsa com tanta força que quase furou o couro.
Capitulo 21
Uma mera designer de interiores, e tão atrevida. Ela não ia esquecer daquilo.
“Desculpa aí, Rafael, foi mal. A gente se vê da próxima.”
Rafael Souza arqueou a sobrancelha; Joana Camarillo não era das que se deixavam para baixo fácil, mas nesse dia aceitou a derrota e se foi.
Um meio sorriso se formou nos seus lábios, e ele só deu um “hmmm” em resposta.
Depois que Joana Camarillo saiu, Patricia Ribeiro olhou para ele e perguntou com um sorriso: “Presidente Souza, de manhã você prefere leite ou café?”
Como se o bate–boca de antes nem tivesse acontecido.
“Café.”
Rafael Souza se recostou e cruzou os braços à frente do corpo.
“Presidente Souza, você não tem problema de estômago? Melhor não tomar café de estômago vazio.”
Patrícia Ribeiro fez o comentário na lata e pediu dois cafés quentes. Depois, olhou para o garçom e disse: “Dá um toque no Pedro, queremos o de sempre.”
O garçom ficou confuso, mas foi passar o recado para o chef.
Rafael Souza observou a cena e quis saber: “Você conhece o chef daqui?”
Patrícia Ribeiro ficou corada, talvez fosse a febre, tudo parecia duplicado, mas mesmo assim falou: “Os pratos do Pedro são uma obra de arte, você vai gostar.”
Rafael Souza entendeu na hora; ela queria o convidar para jantar, mas também sondar os gostos dele.
Era aquilo mesmo, tudo negócio.
Ele se sentiu um pouco incomodado.
A Patrícia ficou surpresa e levantou os olhos fixando nele.
Rafael olhou para ela com um brilho intenso nos olhos, dando a entender algo mais, “Um bom homem não deixaria a esposa se desdobrar tanto no trabalho.”
Não esperava que ele tocasse no assunto do casamento, Patrícia apertou os lábios, tomou um gole de limonada e tentou conter o mal–estar que subia pelo seu corpo.
Como ela deveria responder?
Capí