Capítulo 4
A porta do carro se abris,
Daniela Teixeira estava prestes a subir, mas o jovem que saiu do carro não era Rafael Souza, e sim seu assistente, Rui.-
“Senhora, o Presidente Souza teve um compromisso de última hora e não vai poder jantar em casa hoje. Ele mandou esse presente para a senhora.”
Quando Daniela Teixeira ligou para Rafael, ela só queria que ele voltasse para jantar, sem mencionar que Patricia Ribeiro também estava lá.
Caso contrário, considerando a facilidade com que ele abandonou a esposa para ir ao exterior há três anos, provavelmente ele teria recusado voltar para casa sem pensar duas
vezes.
Daniela Teixeira acenou para que alguém pegasse as flores das mãos de Rui, com um traço de tristeza em seu rosto, ela suspirou: “Sei que ele está ocupado, deixa pra lá. Peça para ele cuidar da saúde.”
Rui concordou com a cabeça e voltou para o carro.
De volta à sala de estar, ao olhar para Patricia Ribeiro, Daniela sentiu um aperto no coração e, decidida a não se aborrecer com o que não via, acenou com a mão: “Pode ir embora. Quando ele estiver disponível, eu te chamo.”
“Está bem.”
Patricia Ribeiro concordou com a cabeça. Ela não tinha planos de ficar para jantar sem ser
bem–vinda.
Ela não viu o rosto de Rui, apenas vislumbrou a silhueta de um homem, mas sabia que
definitivamente não era Rafael Souza.
Na verdade, não encontrar com ele hoje não fazia diferença, afinal, o acordo de divórcio já estava pronto.
Quando ela voltou para o carro, durante uma pausa no semáforo, Patricia Ribeiro deu uma olhada no grupo de trabalho.
Era o fim do expediente, e o grupo estava superativo.
“Ouvi dizer que Rafael Souza voltou para se casar? Ele comprou uma mansão na Visobelo Moradia assim que foi lançada, deve estar querendo começar a decorar, não é?”
“Nosso chefe foi colega de escola do Rafael Souza, será que ele vai conseguir para a gente esse contrato de design?”
“Imagina só desenhar a casa de Rafael Souza? O valor do nosso trabalho ia subir nas alturas! O cara já tem uma fortuna lá fora que daria pra estar no topo da lista dos mais ricos. Sem contar que ele é um investidor de ponta e ainda tem o nome da família Souza. Só de
conseguir trocar uma ideia com ele já estamos no lucro…”
Fora um circulo pequeno de conhecidos, quase ninguém sabia que Rafael Souza já era casado.
Nem a mídia havia divulgado sequer uma notícia sobre isso.
Patricia Ribeiro não tinha interesse no assunto. Estava prestes a sair com o carro quando recebeu uma mensagem de texto do seu chefe, Luis Rodrigues.
[Vem pro Lua Cheia, aquele empresário que curtiu seu design das vilas está aqui e quer bater um papo com você.]
por um
Patricia Ribeiro entrou no mundo do design de interiores por acaso, sua área era a pintura. No primeiro ano da faculdade, ela projetou uma vila para um colega de classe engano e, depois que um magnata comprou a propriedade por um preço dez vezes mais alto, ela ficou famosa da noite para o dia.
Depois, ela aceitou o convite do veterano Luís Rodrigues para trabalhar meio período como designer de interiores no estúdio dele.
O motivo de ser meio periodo é uma longa história.
Ao ver a mensagem, ela mudou o curso do carro.
O Lua Cheia era o point dos ricaços da Capital, frequentado por gente que ou tinha dinheiro ou tinha poder.
Quando chegou à entrada do Lua Cheia, Luis Rodrigues mandou outra mensagem.
[Não vou poder te buscar, o Presidente Pereira falou que um amigo vai te levar pra dentro, espera um pouco ai na entrada.]
O Lua Cheia era exclusivo para membros, e como Patricia Ribeiro não era uma delas, teve que esperar por alguém.
E enquanto isso, Rafael Souza recebeu uma ligação de João Pereira: “Primo, tem uma amiga minha aí na entrada que eu queria te apresentar. Quando você chegar, leva ela pra dentro, vai ser bom pra ela se enturmar.”
João Pereira lançou um olhar ao projeto em suas mãos, convencido de que Rafael Souza ia curtir. Afinal, a construção da Visobelo Moradia estava prestes a começar, e seu primo não precisava de mais nada, dificil era acertar no presente.
“O presente que te arranjei desta vez, pode crer que vai ser do seu agrado.”
Rafael Souza nem teve chance de responder, quando a música subiu de volume e não deu pra ouvir mais nada do que ele dizia.
Se tinha um playboy conhecido na Cidade Capital, era esse primo.
Sobre o tal “presente“, que ele mencionou, Rafael Souza não pôde deixar de ficar intrigado.
Ao descer do carro e avistar uma mulher em destaque, ele franziu a testa, pensando “era
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Copitulo 4
ela?”
Aproximando–se, não havia dúvida, não estava enganado.
Eles tinham se encontrado na cama naquela mesma manhã.
Patrícia Ribeiro estava prestes a ligar de novo para Luis Rodrigues, quando viu Rafael Souza
se aproximar.
O homem destacava–se com sua estatura e elegância, até mesmo num lugar onde o luxo eral a norma, ele brilhava com singularidade.
Trajando um terno preto sob medida, com um olhar indiferente, ele caminhava como umal montanha ao entardecer, sólido e contido.
Rafael Souza ainda estava se perguntando por que ela tinha saído tão rápido de manhã, mas agora parecia que João Pereira já tinha acertado tudo.
“É você a pessoa que João Pereira queria me apresentar?”
Patrícia Ribeiro já estava surpresa por Rafael Souza puxar papo, e quando ele mencionou João Pereira, ela lembrou–se do tal Presidente Pereira, sobre quem Luís Rodrigues havia
falado.
que
Então o amigo do Presidente Pereira era Rafael Souza, queria que ela fosse apresentada
a ele?
Será que era para projetar a casa onde ele iria morar depois de casar?
Patrícia Ribeiro achou a situação irônica. Ainda não tinha se divorciado e já estava sendo convidada para desenhar a casa do próximo casamento do seu quase ex–marido, o mundo realmente era cheio de surpresas.
Mas ela vivia do seu trabalho e não via motivo para recusar uma oportunidade que caía em
seu colo.
“Você é o Sr. Souza, certo? Tudo bem?”
